Mais um livro terminado, desta feita o No
Limiar da Eternidade, do Ken Follett, que é o terceiro e
último livro da trilogia O Século. Esta trilogia tem por objectivo contar a
história de todo o século XX através de 5 famílias (americana, alemã, inglesa,
russa e galesa) e este terceiro livro inicia-se em 1961 com a construção do
Muro de Berlim.
Gosto
de romances históricos e gostei particularmente desta trilogia pela escrita
simples, mas envolvente e entusiasmante e pelo gigantesco desafio que é contar
a história do século XX simultaneamente em perspectivas diferentes.
Gostei
muito d’A Queda dos Gigantes e d’O Inverno do Mundo, mas No Limiar da Eternidade
talvez tenha sido o mais enriquecedor, pois a história mundial da parte final
do século XX é aquela em que estou menos familiarizada, provavelmente por 3
factores: por ser mais recente é menos estudada na escola; por ser um período
rico em acontecimentos em qualquer parte do mundo; e por ser um período muito
importante e repleto de acontecimentos em Portugal.
No
Limiar da Eternidade senti alguma dificuldade em recordar-me da ligação destas
personagens com as dos outros livros, mais do que no livro anterior (O Inverno
do Mundo). Mas afinal de contas já passaram mais de 2 anos desde a leitura
anterior e trata-se da terceira geração das 5 famílias do livro A Queda dos
Gigantes.
Tal
como nos livros anteriores, Ken Follett coloca os seus
personagens ficcionais próximos das figuras históricas e desta forma consegue
transportar-nos para os acontecimentos de uma forma natural, detalhada e
simples, mas entusiasmante.
Os
momentos históricos abordados neste livro vão desde a construção do Muro de
Berlim passando pelos Direitos Civis nos EUA (destacando Martin Luther King), a
Guerra Fria, a crise dos mísseis de Cuba, a guerra do Vietname, o assassinato
do presidente Kennedy, a ascensão da música pop e rock (abordando em associação
a questão do amor livre), os Direitos dos homossexuais (em particular na
Inglaterra), a Primavera de Praga, a ascensão do sindicato Solidariedade na
Polónia, a liberalização da Hungria, o caso Watergate, a ascensão de Mikhail
Gorbachev e a sua importância na liberalização dos países do Pacto de Varsóvia (não
esquecendo as suas mais conhecidas políticas: glasnost ou transparência; e a perestroika
ou reestruturação) e finalizando o livro com a queda do Muro de Berlim e a
eleição de Barack Obama.
Sem dúvida um grande livro (e não é só pelas 1020 páginas) que recomendo vivamente.