Há já quase um mês, terminei o livro “A Biografia
Involuntária dos Amantes” de João
Tordo, de que gostei bastante. Este é o mais recente livro (lançado no
princípio de Abril) de um dos meus autores portugueses contemporâneos
preferidos.
“A Biografia Involuntária dos Amantes” conta como
um professor universitário espanhol se cruza com um poeta mexicano e se empenha
em descobrir a história de uma portuguesa (ex-mulher do mexicano). Na minha
opinião, a história está muito bem construída, é original e entusiasmante, para
além disso a escrita de João Tordo
é fluída e acessível.
Pela primeira vez, durante a leitura de um livro,
tomei a iniciativa de guardar alguns pequenos excertos:
“Talvez ele estivesse para lá da possibilidade do
amor como outros estão para lá da possibilidade da maldade ou da coragem, com a
diferença de que se pode viver sem maldade ou coragem, mas não se pode viver
sem amor.” (pág 241)
“Dobrar uma esquina significava escolher um
destino, dobrar a esquina seguinte significava escolher um outro, radicalmente
diferente, que alteraria o decurso da nossa existência. Nenhum livro nos poderia
ensinar a dobrar esquinas, concluí. A literatura era o que acontecia ao seu
autor quando se detinha, permanecendo imóvel, enquanto todos os outros
continuavam a dobrar esquinas: os amigos, a família, todos os desconhecidos do
mundo.” (pág 287)
“A melancolia é impossível de combater porque, a
partir do momento em que nos aventuramos no mundo, teremos sempre saudades de
tudo. De tudo. Do que fizemos e do que não fizemos, de quem se cruzou no nosso
caminho e de quem jamais conseguiremos encontrar.” (pág 408)
Aconselho vivamente a leitura deste livro.
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